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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Paulo Ourives, histórias que ficam ...



Eu cheguei a pensar em não escrever essa semana. Até porque é muito difícil tentar escrever depois dos últimos acontecimentos. Perder a mãe e depois o pai, não é tarefa fácil para ninguém, principalmente para nós filhos que vivemos sempre atrás da barra das calças de quem nos pôs no mundo e nos deu a devida educação e orientação.
Mas depois de uma longa conversa com um idoso do Asilo do Carmo, percebi que havia uma coincidência entre as idades dos meus pais e o tempo entre o falecimento de ambos, 13 anos.
E foi isso que aos poucos foi me dando mais forças para escrever alguma coisa, nem que seja para contar de quantas coincidências havia em nossa família. A começar pelo número 9 (nove), já que eu, minha mãe e meu pai, nascemos respectivamente, nos dias 9, 19 e 29. Mas há ainda muito mais porque meu irmão nasceu no dia 1º do mês de setembro, que é o nono mês do nosso calendário.
Mas quando eu avanço nessas pesquisas e coloco as datas dos meus avós paternos, as coincidências e curiosidades aumentam. Meu avô nasceu no dia 1º de maio, e minha avó no dia 18 de julho. Portanto, minha mãe e minha avó, comemoravam seus aniversários juntos, primeiro minha avó e no dia seguinte minha mãe.
Quanto ao meu avô, a curiosidade se restringe aos dias da semana, porque eu faço anos no dia 9 de abril, meu pai em 29 do mesmo mês, e meu avô no dia do trabalho, em relação aos dias da semana, as datas passam a ser coincidentes e juntas, como por exemplo uma quarta, quinta e sexta, sendo que o meu aniversário é sempre o do meio.
Mas ainda há mais, quando vejo a data de nascimento do meu avô e do meu sobrinho, são datas invertidas. Meu avô no dia 1º de maio (5), e meu sobrinho no dia 5 de janeiro (1).
Talvez seja um bom motivo para dizer que numericamente sou um pouco supersticioso, e sempre que posso me coloco sempre perto de um número nove, ou faço qualquer mudança de vida, em abril de cada ano. Aliás todas as vezes que as mudanças de residência aconteceram nos meses de abril, tivemos bons resultados. Já nos outros meses, sempre tivemos problemas.
Bem que alguém poderia dizer que tudo isso são só bobagens, mas creio que são poucas as pessoas que ligam para os números e como eles são tão importantes para cada uma das famílias.
E foi por isso que resolvi escrever e contar algumas particularidades, já que nunca falei sobre isso com ninguém.
(...)
Agora por exemplo, às 15h32 da tarde de quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008, exatamente à mesma hora em que meu pai faleceu vou me dando conta da sua ausência, e do muito que ele fará. Entretanto queria apenas dizer que a caminhada até aqui foi longa, mas que nessa jornada tive a oportunidade de aprender muitas coisas com ele, e quantas vezes ele me deu lições sobre como deveria me portar diante das dificuldades da vida, principalmente quando tivesse que escrever uma matéria sobre algum assunto importante, ou quando desejasse usar as letras como forma de agredir alguém com uma crítica mais pesada. Sobre isso, ele uma vez disse que não valia a pena publicar uma crítica velada, mas que aquilo que colocávamos para fora, através das letras que digitávamos servia para botarmos para fora toda a raiva e ódio que tínhamos no coração. Mas depois o melhor que eu fazia era pegar aquela folha de papel dobra-la como uma bola de futebol, e dar-lhe o mais forte chute, para que ela fosse para um local bem mais distante do que poderíamos supor. Curiosamente já fiz algumas poucas vezes, e no final de tudo, só sentia em meu coração um alívio, e tudo clareava, e o ódio sumia de dentro do meu corpo.
Ele chegou a me dar outras lições, principalmente quando me contava sobre uma história antiga do tempo do Jornal dos Sports.
Havia uma então que nunca esqueci e essa sempre guardei em minha memória como uma lição de amor à profissão, aliada à amizade, companheirismo, dedicação e ética.
Ele ainda era um repórter do Jornal dos Sports, solteiro, residente no Leme, e num momento interessante do futebol carioca, Didi, havia desaparecido, para não assinar um contrato de renovação com seu clube, o Fluminense, já que ele tinha o desejo de jogar no Botafogo. Ninguém no Rio sabia do paradeiro do craque campista, até que meu pai ouviu a telefonista pensar alto e dizer que a prima dela era empregada de Didi.
Meu pai então, colocou-a contra a parede, e solicitou a informação do paradeiro da prima da telefonista. Até que ela condescendeu com a promessa de que meu pai não revelaria como ele iria encontrar Didi.
Ao saber que Didi estava em uma residência na Rio x Petrópolis, meu pai esperou pelo seu amigo do Jornal, um fotógrafo baixinho e forte, cujo nome não me vem à memória, mas que dirigia um carro esporte para duas pessoas naquela época. O que atualmente é comparado com o MP Lafer.
Mal o fotógrafo estava seu carro em frente ao jornal, meu pai já entrara no carro dizendo que era para ele subir a serra naquele momento. “Era um caso de vida ou morte”. Depois de um ligeiro debate, o fotógrafo (Ângelo, creio eu), resolveu aceitar a imposição do meu pai, e ambos seguiram para Petrópolis.
A casa onde Didi estava tinha um muro alto e logo meu pai reconheceu o local devido as descrições da telefonista. Fez o fotógrafo parar o carro, subiu no capô, depois no muro e de lá de cima viu Didi, repousando ao lado de uma piscina.
Com o latido dos cães, Didi fugiu para dentro de casa, e sua esposa, veio ver quem estava querendo pular o muro, e tinha assustado os cães. Ao saber que eram do Jornal dos Sports, Didi, aceitou falar para ambos e assim meu pai conseguiu ouvir tudo o que Didi estava sentindo e o seu desejo de jogar no Botafogo.
Depois de toda a entrevista, Didi pediu encarecidamente a ambos que não revelassem o local onde estava, já que não desejava dar mais entrevistas para nenhum outro órgão de comunicação.
Ao chegarem no Jornal dos Sports, meu pai entrou na redação da rua Tenente Possolo, gritando que tinha um furo, esteve com Didi. A notícia foi ouvida como uma bomba, e o silêncio tomou conta daquela redação, até que meu pai conseguiu tomar seu lugar em uma das inúmeras mesas da redação, datilografou sua reportagem de uma página com excelentes fotos do Ângelo, e o jornal então publicou a reportagem publicando como título o desejo do meia tricolor que desejava jogar no Botafogo. No dia seguinte, quando o jornal chegou às bancas, o alvoroço na cidade foi enorme, e o JS, como também é conhecido, esgotou-se rapidamente.
Diante de toda essa história aprendi muitas coisas. O desejo de estar sempre atento a tudo o que se passa ao meu redor, e as palavras pronunciadas e ditas no ar, mesmo que em tom mais baixo. Fora outras coisas como a responsabilidade e a vontade de lutar até o fim para dar a melhor notícia, ou ver uma partida de futebol sobre um outro prisma.
“Naquela mesa está faltando ele, e a saudade dele está doendo em mim”, é uma frase famosa do compositor Sérgio Bittencourt, mas que expressa de certa forma a falta que ele fará.
Mesmo assim, resignado diante dos caminhos tortuosos que é a vida, só me resta aceitar as imposições de Deus, e ficar na esperança de ver o dia em que voltaremos a nos reencontrar.
A meu pai, Paulo Ourives, a certeza de que o legado e as lições ficaram para sempre, guardadas em minha memória.
Descanse em paz!

Paulo de Almeida Ourives*

O autor é Bacharel em Comunicação Social com especialização em Jornalismo.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O CAIS DA LAPA, AS “PRANCHAS” E O URURAU


Paulo de Almeida Ourives

Os jovens de hoje ao olhar o Cais da Lapa, a Igreja e aquelas casinhas talvez nem imaginam a importância histórica deste cantinho do Paraíba para a cidade, ou, talvez nem saibam que uma das mais conhecidas lendas da cidade teve como palco principal este mesmo cais.
É difícil imaginar, como era no tempo em que homens destemidos e valentes – talvez uma herança histórica dos bravos guerreiros goitacazes – atracavam as suas “pranchas” de madeira, carregavam-na e transportavam as mercadorias rio abaixo até a pequena vila de São João da Paraíba do Sul, hoje São João da Barra. E, algumas “pranchas” eram vistas também trafegando por um trecho do Rio Muriaé até onde o nível das águas e das cachoeiras era navegável.
Mas, e o jacaré-do-papo-amarelo, cuja lenda ainda perpetua nos livros e nas salas de aula? Será afinal que ele existe? Bem, o Ururau como é popularmente conhecido, realmente existe e, no Jardim Zoológico da cidade serrana de Bom Jardim há um espécime dele. Quanto àquele que guarda o sino de ouro, não se sabe e, nunca se soube que houvesse nas proximidades do Cais um deles.
Hoje a Lapa virou um enorme estacionamento de veículos, local para que os flanelinhas façam a limpeza dos mesmos. E assim, as pessoas que passam por ali, que ficam à espera de um ônibus para as suas casas nem percebam o valor histórico e cultural deste lugar.
Espero que um dia o Cais da Lapa tenha o devido reconhecimento histórico, cultural e, principalmente turístico. E não fiquem apenas na lembrança de alguns políticos por que de vez em quando sopram aos quatro ventos que a única casa que possuem, é a da Lapa.
Que a Lapa seja lembrada por suas tradições, lendas e pela escola de samba, G. R. E. S. Ururau da Lapa.

* O autor é Bacharel em Comunicação Social com especialização em Jornalismo, pela Faculdade de Filosofia de Campos dos Goytacazes, RJ.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

“RESGATAR” OU “RECUPERAR”, A ARTE DE ENGANAR-SE COM AS PALAVRAS


De vez em quando uma dúvida paira no ar, é quando ouço alguém dizer que esta ou aquela instituição pretende resgatar aspectos culturais da cidade. Por isso reporto-me ao último carnaval em Campos dos Goytacazes, quando um dos coordenadores do carnaval foi para a televisão dizer que pretendia “resgatar” a beleza dos desfiles de corsos. Curiosamente, por ser pesquisador do Núcleo de Iniciação em Pesquisa Científica da Comunicação, NIPEC, coordenado pelo professor e Mestre, Orávio de Campos Soares, sempre ouvi dele uma lição, a de que “não se pode resgatar algo que já morreu”, porque a cultura ou as lembranças de um momento vivido não são resgatadas, mas relembradas ou rememoradas.
Desse modo, ao ouvir o tal coordenador do carnaval de Campos, fiquei com aquela idéia fixa na mente, esperando o momento certo para então pesquisar e procurar entender a diferença entre “resgatar” e “recuperar”.
Segundo o filólogo Aurélio Buarque de Hollanda “resgatar” significa,

1. Livrar de cativeiro; de seqüestro; remir; liberar. 2. Efetuar o pagamento de. 3. Obter a custa de sacrifício de. 7. Fazer esquecer; apagar. 8. Retomar; recuperar.

Enquanto, “recuperar” que também é pronunciada por alguns “entendidos” significa,

1. Recobrar (o perdido); adquirir novamente. 2. Reabilitar. 3. Restaurar-se, indenizar-se, ressacir-se.

Entretanto, quando desejamos manifestar o nosso desejo de que algo volte a ser exibido, como o desfile de corsos pela avenida, o correto seria dizer que pretende-se “rememorar”, dos antigos carnavais, o desfile de corsos. No Novo Dicionário Aurélio, “rememorar” significa,

1. Tornar a lembrar; recordar; relembrar. 2. Dar idéia de; lembrar, recordar.

Mas é bom esclarecer que dependendo das circunstâncias, não se consegue mais rememorar algo que já está perdido na memória de quem viveu àquele momento. Porque os tempos são outros e as pessoas que vieram depois não tiveram o hábito de manter a tradição dos desfiles. Até porque a mídia televisiva teve um papel fundamental na destruição de muitas atividades culturais quando propaga de forma massiva a cultura das grandes metrópoles para regiões onde o nível de conhecimento e discernimento das massas é muito reduzido, como o dos habitantes do norte e nordeste do país, que não possuem o entendimento necessário para filtrar as informações e separar suas riquezas culturais daquilo que vem de fora.
Há alguns meses atrás, acompanhando um trabalho de pesquisa pelo interior do município de Campos dos Goytacazes, atrás de redutos de quilombolas, descobrimos que os adolescentes da comunidade não dançam mais o Jongo, ou as danças dos seus ancestrais, porque não há mais pessoas com capacidade para passar essa cultura para a nova geração, e também porque além da televisão, as emissoras de rádio locais, executam em suas programações musicais, ritmos como o funk, rap, e o rock, cujas origens são bem diferentes da nossa.
Acredito que somente os remanescentes e descendentes das antigas tribos indígenas que vivem em pequenas comunidades espalhadas por esse país, e em locais de difícil acesso, é que conseguirão manter-se livres dessa aculturação massiva, porque estão bem distantes do centro urbano, e também porque em alguns casos não tem uma televisão para assistir.
Ao acompanhar a serie de reportagens feitas por Washington Novaes no Xingu, percebi que as tribos que ali vivem ainda mantém-se agarrados às antigas tradições culturais, e que essas tradições são passadas e transmitidas através de inúmeras gerações. Porque as crianças inocentemente brincam imitando o que os adultos fazem, e dessa forma acabam mantendo a prática dos seus rituais.
É claro que apenas uma das tribos corre o sério risco de ser engolida pela perda das suas tradições porque os seus membros desejam conhecer mais a cultura do homem branco, e já não aceitam manter-se presos as suas antigas tradições.
Só nos resta lamentar que a perda da identidade não acabe com o que temos de mais belo, e que está plantado no nosso âmago, como a identidade cultural, que fora plantada por nossos avós e bisavós porque como diz Ruy Barbosa “um país sem identidade cultural, é um país fadado à morte”.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A FILA

O cotidiano é pródigo em dar-nos oportunidade para vermos ou ouvirmos alguns acontecimentos que de tão engraçados podem virar piada. Melhor ainda quando conhecemos outros lugares, outras cidades, ou até mesmo, costumes de outros países, mesmo sem nunca ter saído do país. Afinal, as TV´s fechadas estão aí para isso, mostrando-nos diversas imagens, reportagens e documentários sobre os costumes e tradições em outros países.
Um dia de semana qualquer, estava numa fila para inscrever-me em um concurso público, a fila era imensa na frente do Liceu de Humanidades. Para que tenham uma idéia da quantidade basta lembrar que a fila ía de uma das portas até a escadaria lateral. Devia portanto ter pelo menos duzentas pessoas, isso se não houvesse mais pessoas, aproveitando-se da sombra das árvores da rua Barão da Lagoa Dourada. Mas enfim, era uma fila enorme, e as pessoas ali estavam muito ansiosas em serem atendidas com rapidez pois o sol daquela manhã era muito forte. Em meio as minhas olhadas para os lados, para apreciar e ver tudo o que se passa, principalmente para os lados da praça em frente ao Fórum, percebo pela distância que uma senhora, não tão idosa assim, caminhava pela rua Gil de Góis, no sentido da Estação para o centro da cidade, quando repentinamente mudou a sua trajetória e veio direto ao encontro da fila. Quando chegou bem perto, chamou a atenção de alguém que estava bem à minha frente e perguntou:
- “Olá, para que serve essa fila?” - logo, a pessoa indagada, respondeu-lhe o que era óbvio, e disse que a fila era para inscrição em um concurso público. A curiosa senhora então, ao ouvir a resposta deu meia volta e voltou ao seu rumo, mas antes de virar-se ouvi claramente que ela iria mandar a filha e a neta inscreverem-se para o concurso e aproveitar aquela oportunidade. Ao ouvir tais palavras, e acompanhando o seu passo rápido até o ponto de onde ela havia saído, me vi então filosofando sobre a curiosidade daquela senhora.
Lembrei-me então de outras situações, e de outras filas que enfrentei, como a da carne, no final da década de 70, quando residia no Rio de Janeiro, e todos os sábados eu ia cedinho para um supermercado que ficava entre os bairros de Olaria e Vila da Penha, para comprar a carne para a semana toda. E isso aconteceu durante semanas, até que o governo brasileiro resolveu então comprar carne bovina da Argentina.
Mas voltando as minhas indagações, percebi e cheguei a conclusão de que o brasileiro quer queira ou não, gosta mesmo é de entrar numa fila. Não importa para o quê, no início ele entra sem reclamar, com o tempo, e a demora ele passa a ficar nervoso, reclama da demora, do governo, acha que é um absurdo enfrentar a fila, reclama de quem está na frente, que não cobra mais agilidade no atendimento, enfim, reclama de tudo e de todos, mas quando chega a sua vez de ser atendido, quer ficar horas e horas sendo atendido pela bela mocinha. E se esquece que reclamou tanto dos outros que também queriam ter o privilégio de receber alguns minutos de atenção daquela mocinha bonita, simpática e com um belo sorriso estampado no rosto.
Mas como lhes disse, há doido para tudo, tem gente que entra numa fila, e quando chega na frente é que pergunta para que serve a tal fila. Existem aqueles que já viraram até profissionais de fila, aliás, diga-se de passagem esta é uma categoria de cidadãos que ainda não criou um sindicato, não possui estatuto, e nem regulamentação, ou sequer foram lembrados pelos nossos governantes. Não pagam impostos, mas vivem exclusivamente do aluguel de seus corpos para enfrentarem uma fila. Eles, normalmente levam cadeiras, mesas, baralho, comidas, bebidas, cobertores, travesseiros e por aí vai. E fazem de tudo para ganhar um dinheirinho, vendendo até o que levaram para suprir os gastos que terão. Há aqueles que fazem de tudo para ganhar um dinheirinho a mais, e entram numa fila só para leiloar a vaga. Mas há também aqueles caras que entram numa fila e a todo momento ficam perguntando a hora para um e para outro cidadão que também está na fila, quando é que a fila vai começar a andar e só entram numa fila para reclamar. Enfim, em termos de fila há doido para tudo. Isso sem contar aqueles que ficam horas e horas ali parado na fila e depois de um bom tempo, quando passam a ter a possibilidade de serem atendidos, desistem.
A fila, é assim, um lugar público, onde as pessoas acabam se conhecendo, trocam idéias sobre todos os assuntos, esgotam a paciência de todos aqueles que estão por perto e depois de algum tempo vão embora, passam dezenas de vezes por aqueles que estavam a sua frente, e simplesmente não lembram mais que um dia estiveram em uma fila, fizeram uma pequena amizade que esvaiu-se depois que foram atendidos.
Depois de muitas reflexões sobre estes diversos tipos de pessoas que fazem de tudo para enfrentarem uma fila, fiquei pensando se um dia eu fosse um repórter de jornal (isso aconteceu antes de entrar numa redação de jornal), e fosse dar uma sugestão de título para a matéria escrita. Cheguei a conclusão que o melhor título para a matéria seria: “Tarados por uma fila”. Mas, nesse mesmo instante, lembrei de uma coisa, “e se eu estivesse em Portugal?”. Como sei que as palavras lá na terrinha tem outro significado, comecei a ficar preocupado com o título, tudo porque lá em Portugal, a fila possui um outro nome. E o título da matéria teria que ser traduzido para a língua portuguesa materna, os portugueses então passariam pelas bancas de jornais no dia seguinte e veriam a seguinte manchete: “Tarados por uma bicha”. E cá entre nós, não adianta alguns espertinhos tentarem furar a bicha, pois os portugueses, acabam mandando o gajo ir para o rabo da bicha.