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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Bom dia leitores!


Às vezes quando estava mergulhado em pensamentos bem distantes, uma amiga perguntava: “Ei! Tem alguém aí?”, por isso agora utilizo as mesmas palavras dela para perguntar se há alguém aí.
Porque essa relação através da internet é realmente muito estranha. Não sabemos e não temos certeza se há alguém lendo o que escrevo, e porque as pessoas tem preguiça de fazer comentários, dar sugestões e elogios. Dessa forma me pergunto se estou realmente agradando ou não.
Isso tudo me faz lembrar também uma passagem que me ocorreu no Jornal A Cidade, aqui em Campos.
Certo dia, meu colega, Cachinho, chegou todo apressado passou por todo mundo, sentou no seu computador e não deu “bom dia e boa tarde” para ninguém. Eu olhei para o Ricardo e olhei para o Augusto que ainda estavam na redação e com um franzir de testa nos perguntamos o que havia acontecido com o nosso colega. Entre caras, bocas e trejeitos, conseguimos manter um diálogo sem som, mas todos entendiam a linguagem.
Até que, depois de quase sete a dez minutos, Cachinho se levantou e seriamente pediu desculpas ao pessoal por ter esquecido de cumprimentar a todos.
Como eu já conhecia Cachinho de longa data e sempre tive por ele um carinho e um respeito profissional muito grande. Tomei a liberdade de chamar-lhe a atenção, dizendo que se fosse o dono do jornal jamais permitiria que ele entrasse daquele jeito na redação. Disse mais, que colocaria um cartaz bem grande e no alto da parede para que todos os dias ele se lembrasse de que jamais deveria entrar como entrou, mas só iria permitir a entrada se ele desse o seu costumeiro “bom dia!” exatamente da maneira como mais gostávamos que ele desse.
Ouvidas tais palavras, Cachinho abaixou a cabeça, saiu de onde estava, foi até lá fora no pátio, e voltou, passando pela primeira e depois pela segunda porta, e soltou um “Bom dia, gente! Cheguei!”, colocando as mãos nas cadeiras e se requebrando como uma mariposa da noite.
Por isso e relembrando esse fato é que fico me perguntando se realmente há alguém do outro lado da tela, lendo o texto que escrevo. Porque de vez em quando eu radicalizo e descarto algumas amizades que me surgem e depois não escrevem mais.
Curiosamente, desde que comecei a escrever para esse jornal jamais tive o prazer de ver uma correspondência do seu editor, muito menos um bom dia, seja ele no Orkut, ou no Gmail. Dessa maneira estou me despedindo de vocês, porque até hoje não recebi nem mesmo um bom dia da direção desse jornal em minha página no Orkut, quanto mais no meu e-mail, para dizer se o que estou escrevendo está agradando ou não.
Àqueles que possuem páginas no Orkut, podem me procurar (PauloAOurives), ou então escreverem para o meu e-mail (
pauloourives@yahoo.com.br) que terei o maior prazer em trocar correspondências.
Desde já agradeço a atenção de vocês. Adeus!

http://www.jornalmomentocampistanf.blogspot.com/


* O autor desse artigo é Bacharel em Comunicação Social com especialização em Jornalismo pelo Uniflu-Fafic – Centro Universitário Fluminense – Faculdade de Filosofia de Campos.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Que país é este?

“Nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado.
Ninguém respeita a Constituição...”
“Que país é este?” – Legião Urbana – Renato Russo


Domingo, 27 de abril de 2008. Acordo de manhã e quando passo por um banca de jornais resolvo parar para olhar as manchetes dos jornais e constatar com tristeza o que já sabia. Pior ainda, ver que apesar de tantos esforços e das provas comprovadas, o mar de lama ainda continuará por um bom tempo em nossa cidade.
Depois de ver os jornais a única coisa que me vem à mente são os versos de Renato Russo na música “Que país é este?” e eu me vejo perguntando exatamente isso.
Que país é este, que permite políticos inescrupulosos e corruptos voltarem ao poder, mesmo com todas as evidências e provas dos seus crimes, enquanto outrora, pelos mesmos crimes, um ex-presidente foi posto para fora do Palácio do Planalto?
Que país é este, que faz de tudo para condenar um casal pelo assassinato de uma menina, e permite que políticos sejam soltos pela justiça?
Que país é este, que pais, professores, religiosos ensinam seus filhos que roubar é um pecado, e um crime como mostra as leis deste país, e a justiça deixa a solta quem surrupia o dinheiro público?
Que povo é este que diante de dois veículos de comunicação impressos e emissoras de rádio, que noticiam e publicam todos os dias os crimes de um homem público que abandona seus afazeres um bando de gente ainda acredita nas palavras da demagogia barata do Papai Noel?
Que povo é este, que tem tudo nas mãos para colocar para fora gente corrupta que usurpa o poder e se mostram cínicos diante da massa?
Que povo é este que tendo o poder nas mãos ainda põe para dentro da prefeitura uma massa de gente esnobe e falida que usa o dinheiro público em benefício próprio, para comprar carros luxuosos, enquanto milhares de pessoas ficam ao desabrigo diante de uma tempestade ou quando o Paraíba transborda?
É triste ver tudo isso, e mais triste ainda perceber que pelo retrovisor da história estamos vivendo momentos como os vividos por Benta Pereira diante dos Assecas que mandavam e desmandavam nessa planície, deixando o povo a mercê de suas leis e das suas vontades. Certamente somente os estudiosos conseguirão perceber que o momento vivido pela heroína campista é semelhante ao momento atual, porquanto os homens que deveriam zelar pelos direitos dos cidadãos se corrompem diante de uma mega construção.
As provas da corrupção estão espalhadas pela cidade, só não vê quem não quer. E é uma pena que o presidente do STJ perdeu a grande chance da vida, de resolver de uma vez por todas com esse impasse que impera em Campos dos Goytacazes, cidade na qual o ex-presidente Getúlio Vargas teria dito que “é o espelho do Brasil”. Mas que hoje posso dizer justamente o contrário, que Brasília “é cafezinho de botequim” diante do mar de lama que transborda nessa cidade.
Já não espero mais nada da Justiça. Já não espero mais nada dos homens públicos porque eles não tem compromisso moral com ninguém, apenas com os seus bolsos, e a excrescência de suas vaidades pessoais.
Não acredito que os “homens” tenham aprendido a lição e conheçam a Constituição de cor e salteado, quanto mais às leis que regem esse país, para permitir tais desatinos.
Mas uma coisa não sai de minha mente e é a única coisa em que acredito, que pela moralidade da coisa pública, e diante de todas as evidências, e todos os crimes, o melhor remédio para que Campos volte aos trilhos da “ordem e do progresso”, seria uma intervenção federal de pelo menos 50 anos, para acabar de uma vez com os vermes que infestam essa cidade.
* O autor é Bacharel em Comunicação com especialização em Jornalismo pela Faculdade de Filosofia de Campos.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

CRIANÇAS MIMADAS E SEM ESCRÚPULOS FAZEM DE CAMPOS UM BRINQUEDO

A semana que passou fez o município de Campos viver uma situação atípica tudo por conta da vaidade e da falta de escrúpulos de políticos que fazem da cidade um brinquedo e onde cada qual procura criar suas próprias regras. Nessa briga de vaidades quem acaba sofrendo é a população, mas felizmente o estado de direito permaneceu e mesmo que o STJ tenha agido tão tardiamente ainda assim sinto que o povo aos poucos vai retomando à verdade dos fatos e vendo quem são os malfeitores e meninos mimados que desejam a todo custo usurpar do poder em benefício próprio.
Desde que o prefeito Alexandre Mocaiber foi afastado do cargo face às varias denúncias de corrupção, sua equipe de assessores resolveram divulgar boatos pela cidade dizendo que o prefeito voltaria ao cargo. Sinceramente, depois de tantos escândalos e da vergonha de ver tais assessores presos pela Polícia Federal na Operação Telhado Vidro, o mínimo que esses assessores deveriam ter é vergonha na cara e desaparecer da mídia local para que a vergonha não seja maior. Mas o que tenho visto, lamentavelmente é que pela demora da Justiça em tomar uma atitude drástica e séria, esses assessores resolveram ludibriar a justiça, e usar do cinismo que lhe é característico para continuarem a andar de nariz empinado pela cidade como se nada tivesse acontecido.
Rezo muito para que uma verdadeira bomba caia sobre Campos e que ela acabe de uma vez por todas com o mau-caráter desses assessores e suas gangues de bandidos de quinta categoria que desconhecem o poder da lei.
Sei que muita água ainda rolará embaixo dessa ponte, e muita coisa ainda está por vir, mas espero mesmo que o povo de Campos também tome vergonha e pare de acreditar nesses larápios que utilizam o poder público em benefício próprio, enquanto milhares de famílias sofrem com as chuvas torrenciais que caem na cidade, perdem mobílias, casas, e uns bandidos os colocam em casebres de papelão no meio da lama de um bairro afastado de Campos, alegando inclusive, que gastaram milhões para construir os tais abrigos que não valem mais do que R$ 10 mil.
Concluindo digo que o título acima nos faz lembrar dessas crianças mimadas que desejam um brinquedo e quando tem um em suas mãos resolvem criar/inventar regras próprias apenas para prejudicar os seus concorrentes. Campos dos Goytacazes, não pode ser considerada uma “SimCity” real, mas um cidade cheia de problemas que a vaidade de políticos inescrupulosos não a deixa tomar seu rumo ao progresso e ao desenvolvimento, em relação ao que ganha com os royalties do petróleo.
Mas creiam que se fosse possível, faria Benta Pereira ressuscitar de seu túmulo juntamente com seu cavalo, e certamente a heroína campista daria um basta nessa cambada de gente maltrapilha que vive pilhando os cofres dessa cidade.
Tenham certeza disso.

* O autor é Bacharel em Comunicação Social com especialização em Jornalismo pela Faculdade de Filosofia de Campos.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Fala sério!


Sexta-feira, 18 de abril de 2008. Como se não bastasse tantos problemas para serem resolvidos e contatos a serem efetuados ao longo do dia que promete, passei por uma banca de revistas e com o título “Continua a farra das vans” no jornal Folha da Manhã vislumbrei algo que nem mesmo eles, estagiários-jornalistas e pseudo-diretor-jornalista foi capaz de enxergar.
Quem se preocupa muito com a ilegalidade do transporte urbano em Campos, está dando um tiro no próprio pé, por não enxergar que há outras formas irregulares de trabalho dentro da própria redação desse jornal. Como o excesso de estagiários, que tira a vaga de profissionais formados, além dos crimes de assédio moral, face as palavras agressivas com que os funcionários são obrigados a ouvir da boca de um membro da direção deste jornal.
O que o repórter e a direção desse jornal não viram é o que está por trás desse transporte considerado ilegal. A criatividade do chefe de família que está desempregado em se virar para trabalhar honestamente e com isso garantir o sustento de sua família. Além do que, o atual sistema de transportes coletivos de Campos está obsoleto, e os empresários que já se consideram “coronéis” para fazer tal reclamação à imprensa e ao governo não tiveram a capacidade de enxergar que os tempos já mudaram e Campos necessita de um sistema de transporte mais eficiente, onde os usuários sejam respeitados, que os idosos sejam bem tratados, e que os empresários coloquem veículos de boa qualidade para rodar e atender a população, e não essas “carroças de burro” velhas que quebram facilmente como tem sido visto nas ruas de Campos e em alguns distritos do município.
O município carece de investimentos nesse setor, mas cabe ao governo municipal dar um basta na forma como os empresários encaram o que eles ganharam por concessão, e não conseguem dar ao campista um serviço de qualidade que justifique a tarifa cobrada de R$ 1,60, que é cara tendo em vista a distância percorrida e a péssima qualidade dos veículos. Em sua maioria sucateados e comprados de outras empresas de cidades como Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Só mesmo quem já residiu fora da cidade e andou por Curitiba, Florianópolis, Cuiabá, Grande Vitória e Nova Friburgo sabe do que estou dizendo. Já que essas cidades copiaram o sistema de transporte criado em Curitiba, e cujo serviço vem agradando aos usuários. Enquanto a maioria das cidades utiliza o modelo inicial, a cidade de Curitiba já está utilizando uma nova fase. Onde os próprios pontos de ônibus passaram a ser terminais de integração, e para se ter uma idéia da qualidade do serviço, os pontos de ônibus na capital paranaense tem a forma de um tubo, onde os usuários ficam protegidos das intempéries naturais como a chuva e o frio.
Nessa mesma semana, quando um jornal noticiou que o prefeito em exercício Roberto Henriques estava planejando baixar o preço das passagens para R$ 1,00 (um real), perguntei a um motorista que me levava para a faculdade, sobre o que ele achava sobre a notícia. A resposta veio lacônica, vislumbrando dias tenebrosos e complicados e até mesmo o fim de um serviço que nasceu justamente num dos piores momentos de Campos, a queda de um dos vãos da ponte General Dutra. E o tal motorista só conseguiu esboçar um sorriso quando eu expliquei que o sistema de transportes de ônibus ainda estava muito distante da qualidade de serviços que ele deveria oferecer à comunidade. Dessa forma as vans e carros “clandestinos” que realizam esse tipo de serviço ainda teriam muitos dias de vida, já que os empresários são uns chorões e reclamam de barriga cheia, ao não perceber que o seu sistema está deficitário e o povo necessita de transporte rápido e com menos tempo de duração entre dois veículos da mesma empresa. Já que atualmente o espaço entre dois veículos tem sido de mais ou menos 10 a 15 minutos. O que acaba irritando o passageiro que precisa se deslocar para o trabalho ou outro local.
Num momento em que Campos necessita de mão de obra para atuar em várias frentes de trabalho, quem tem um carro encontrou essa maneira de ganhar a vida honestamente, e vejam quantas famílias são beneficiadas por esse serviço que só veio a acrescentar. Isso sem contar que enquanto um carro viaja com apenas quatro passageiros, um ônibus leva em média 50 pessoas, das quais pelo menos 30 são pagantes, os outros são estudantes e idosos. Mas e o que dizer dos empresários que obrigam os fiscais a retirar de circulação os veículos de duas portas para não atender aos idosos e estudantes, conforme determina a lei?
E como fica a legislação de imprensa, que determina que o número de estagiários em uma redação deve ser de 10% do número de profissionais registrados em carteira? E os sem carteira assinada como é que ficam? Ficam a ver navios?
Os assuntos são discutíveis, e na faculdade o que se discute qual é o papel da imprensa diante disso tudo. Quem é esse jornalista “que não enxerga o óbvio ululante”, como diria Nelson Rodrigues, diante dos fatos que se lhe apresentam?
É preciso que o estagiário e o jornalista tenham olhos voltados para além da terceira margem do rio, e possam compreender muito mais do que aquilo que ele está enxergando. Mas para que isso aconteça só há uma saída, que ele leia mais, que ele compreenda o que está lendo, e que esse livro seja “Fernão Capelo Gaivota”, de Richard Bach.
Depois a gente conversa.

* O autor é Bacharel em Comunicação Social com especialização em Jornalismo, pela Faculdade de Filosofia de Campos.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A tempestade dessa noite...


Bastou uma mudança de tempo e tudo aconteceu na cidade. Campos hoje amanheceu no caos. Caos de trânsito e de acidentes naturais. Quem mora do outro lado do rio, em Guarus, e precisou sair mais cedo para trabalhar deve ter ficado assustado com a quantidade de ruas alagadas que ocasionaram inúmeros engarrafamentos ao redor das pontes. Basta dizer que, para vir de lá para cá, o campista – de Guarus -, está levando mais de 45 minutos para chegar em Campos.
Nas proximidades do Hospital Ferreira Machado, onde tirei essa foto, o engarrafamento de veículos foi causado pelo excesso de chuvas na rua Espírito Santo, principal via de acesso à Rodovia do Contorno, e assim sucessivamente outras ruas como a Teixeira de Melo, Flamínio Caldas, etc, estão completamente alagadas.
Para chegar à faculdade o motorista da van, foi obrigado a entrar cinco ruas depois do colégio 29 de Maio para então voltar até a faculdade e me deixar na esquina, porque algumas ruas do Parque Universitário são baixas e quando chove os alagamentos são iminentes.
Além de tudo isso, uma parte do centro da cidade, ficou às escuras boa parte da manhã. Principalmente no local onde estão localizadas duas emissoras de rádio, no edifício da Associação Comercial e Industrial de Campos, e o que vi ao passar por trás do edifício era uma balbúrdia de pessoas no saguão do edifício querendo subir para trabalhar, e não sei como eles se viraram principalmente o meu amigo João de Oliveira que normalmente chega à emissora em cima da hora, e certamente foi obrigado a subir os 16 andares de escada do prédio. Mas será que os convidados dele fizeram isso? Só vou saber depois de assistir a reprise do programa dele
Entretanto lembro que algumas semanas atrás publiquei aqui mesmo nesse jornal, que Campos é uma cidade privilegiada. Por ter sido a primeira da América a ter luz elétrica, basta um ventinho mais forte e a luz se apaga com medo. Por outro lado como a cidade fica numa planície ela fica sujeita a todo o tipo de variação climática que ocorre nessa região do Atlântico, até porque o Cabo de São Tomé, e Campos estão localizados em uma área privilegiada no Brasil e assim toda frente fria vindo do sul do país causa estragos e transtornos à nossa região.
Não sei até quando essa mudança climática continuará na região. Mas diante dos comentários em relação à ventania que passou pela cidade nessa madrugada, acredito que muita coisa ainda irá acontecer.
Como o prefeito em exercício ainda está implantando algumas mudanças na cidade, espero que ele providencie medidas urgentes para dar ao campista a tranqüilidade que ele merece numa cidade onde qualquer chuvinha deixa a cidade alagada e às escuras. Lembro perfeitamente que no início do ano passado quando Campos sofreu com a enchente e a queda de um vão da ponte General Dutra, Roberto Henriques, que ocupava o posto de vice-prefeito, brigado com Mocaiber, e sem gabinete foi às ruas e viu a situação da cidade. Agora ele tem a faca, o queijo e a caneta na mão, e o campista deseja que ele tome as medidas cabíveis para contornar a situação e resolver de uma vez por todas com os problemas que Campos vem passando. É aguardar para ver.

* O autor é Bacharel em Comunicação Social com especialização em Jornalismo pela Faculdade de Filosofia de Campos.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O que é ético, diante do capitalismo?

Meus amigos, diante dos inúmeros afazeres durante a semana, muitas vezes não tenho tido mais tempo de postar meus artigos da quinta para a sexta-feira. Curiosamente na semana passada, acabei postando dois artigos, e agora, infelizmente atraso o envio de novo artigo, mas também, diante das circunstâncias, tenho visto que essa demora me dá subsídios para escrever e avaliar o que deverei publicar/postar para vocês.
Na segunda-feira passada, vi com surpresa a manchete do jornal Folha da Manhã nas bancas “Não serei pautado por rádio”, e abaixo dela uma enorme foto do prefeito em exercício Roberto Henriques abrindo os braços em direção ao ex-prefeito Arnaldo Vianna. Certamente o leitor menos atento e menos crítico, não percebeu que a foto em evidência relacionava-se a uma outra situação, ocorrida na tradicional feijoada do jornal Folha da Manhã e não imagino se esse jornal serviu de mote para uma discussão em sala de aula do curso de comunicação social da faculdade onde conclui meu curso de Bacharelado.
Sinceramente, e reportando-me a uma antiga frase do ex-governador Anthony Garotinho Matheus, a Folha, “dança conforme o verbo e a verba”, e agora essa briga com o jornal O Diário, passou a ser uma briga acirrada e a Folha para não perder a “sua credibilidade”, já um tanto abalada – e só ela que não sabe disso -, resolve colocar escancaradamente aquilo que já vinha fazendo há muito tempo e às escondidas ou nas linguagens subliminares.
A marca do que ficou é clara, e a Folha veio mostrar que diante dos fatos acha que para acabar com o “lar-doce-lar” do Garotinho e sua tropa, a melhor coisa que ela faz é criar intriga para abalar os alicerces e a estrutura do PMDB-Garotinho em Campos.
Por outro lado, só me resta lembrar aos leitores que até ontem, o atual prefeito em exercício, Roberto Henriques, era um crítico ferrenho do ex-prefeito até o dia em que ele, Arnaldo Vianna, resolveu chamar Roberto Henriques para ocupar um posto na prefeitura. E o discurso feroz, virou gabolice, de um puxa-saco.
Acredito que o município de Campos vive maus momentos políticos e não vejo ainda luz nessa treva, porque os políticos atuais não são coerentes com seus discursos, não vestem a camisa e não possuem amor e caráter pelo que dizem de outrem. Até porque Roberto Henriques há poucos meses atrás estava apagado, esquecido e isolado políticamente até o dia em que recebeu o convite de Garotinho para migrar para o PMDB e somar forças com ele.
Agora só espero o momento em que Roberto Henriques fará com Garotinho, o mesmo que outros vice-prefeitos quando assumiram o posto maior já fizeram, “dar um chute no saco de quem o criou”, nesse caso Garotinho. Devolvendo a este, as humilhações que ele, Roberto Henriques passou em um passado não tão distante assim.
Quanto à Folha, fica a pergunta, quando ela será realmente ética diante dos fatos, já que a sua linha editorial é toda eivada de vícios e da ganância atroz por causa do vil metal?

* O autor é Bacharel em Comunicação Social com especialização em Jornalismo, pela Fafic – Faculdade de Filosofia de Campos.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Mocaiber e as declarações sobre o carnaval campista


A notícia do grampo telefônico entre o prefeito afastado de Campos, Alexandre Mocaiber e um de seus secretários, Quintanilha publicada no Jornal O Diário desta última segunda-feira, 7 de abril de 2008, dando conta de que “o carnaval de Campos é uma porcaria” causou revolta e protestos de alguns carnavalescos e dirigentes de entidades carnavalescas campistas que há muito tempo vivem na ilusão de que o que eles fazem é da melhor qualidade.
Bem, não vou questionar e não me coloco nem de um lado muito menos de outro em relação à política dessa cidade, mas sinceramente de todos os grampos efetuados em declarações do prefeito afastado essa foi sem dúvida nenhuma a mais verdadeira de todas elas, principalmente pelo conteúdo e pela dimensão de uma festa que deveria encher os olhos do povo de Campos, mas que na verdade só agrada a uns pobres coitados que sem dinheiro para ir para o Farol de São Tomé, - porque a passagem custa R$ 5,00 (cinco reais) só a ida -, e não tendo nada mais que preste nas emissoras de televisão, aproveitam seus momentos de lazer para ir até a Avenida XV de Novembro, assistir a um carnaval pobre de conteúdo, alegorias, adereços, e samba no pé.
Nesses dois anos que passei pela avenida à trabalho – diga-se de passagem, vi que o carnaval campista está muito aquém de uma falsa realidade que os carnavalescos não conseguem enxergar, e também daquela que eles tanto apregoam, de que “o carnaval de Campos é o terceiro melhor do Brasil”.
Chega de tanta idiotice, e desse sentimento de grandeza diante de coisas tão absurdas e da falta de organização que existe no carnaval campista!
Para que um carnaval seja motivo de orgulho e atrativo para uma cidade ele necessita passar por diversas modificações, desde a entrega das verbas para as entidades que dirigem o carnaval, que no final das contas acabam levando seus 20% de comissão, como também o fato de que somente 24 horas antes das escolas entrarem na avenida, é que as verbas são liberadas pela prefeitura, para a elaboração de um planejamento mais sério, como a exigência de vida útil para as entidades carnavalescas e também para todas as agremiações que irão desfilar no carnaval.
É necessário que as entidades e agremiações – que são entidades de cunho cultural, diga-se de passagem, - não coloquem na avenida sambas em homenagens a homens e mulheres que ainda estão vivos, que não façam sambas de caráter político, mas sim de temas culturais, seja ele nacional ou municipal, e também temas ecológicos, ou de caráter satírico diante de tantas coisas que são noticiadas nos veículos de comunicação.
Faz-se necessário também que as agremiações tenham vida própria e busquem durante um ano recursos próprios para colocar seu carnaval na avenida, com a realização de shows, pagodes, bingos etc, que gerem recursos para a agremiação. Bem como outras atividades de responsabilidade social, como a criação de cursos populares para as suas comunidades.
Somente depois de tudo isso, é que as agremiações teriam o direito de solicitar da prefeitura uma ajuda substancial para a aquisição de produtos para as fantasias e alegorias. Isso sem falar que no Rio de Janeiro, quem deseja desfilar como Destaque, precisa comprar sua fantasia e elas custam muito caro, o que garantiria as agremiações a entrada de capital e dessa forma esse capital viria subsidiar alguns custos das agremiações.
Há dois anos atrás quando estive na avenida quase tive a felicidade de ver um desfile impecável, sem atrasos e sem violência. Mas infelizmente o público campista ainda está muito distante de ter educação e respeito com o próximo, para ir até a uma avenida desfilar ou assistir a um desfile face as gangues de adolescentes de cada uma das favelas da cidade que resolvem atrapalhar a vida de quem trabalhou durante muito tempo e chegou a perder horas de sono para colocar seu bloco na rua.
Além disso, os constantes atrasos das agremiações, a quebra de carros alegóricos, construção de carros maiores que a avenida, falta de um planejamento mais rigoroso e maleável (já que uma escola não pode entrar que entre a seguinte, antecipando o horário do seu desfile), ou que a comissão organizadora crie mecanismos para ocupar um espaço vago com outra atração para que o público nas arquibancadas não fique sem uma atração para assistir.
Depois de tudo isso posto em prática é hora do executivo colocar em prática mecanismos para dar ao público que irá assistir mais segurança, comodidade, atrações paralelas na avenida, até mesmo com entrega de prêmios, brindes e gincanas para atrair e dar ao público um motivo a mais de alegria, e que ele possa voltar para casa, com a tranqüilidade e a certeza de que no ano seguinte o carnaval será muito melhor.
Falta ao poder público, ter mais pulso no que diz respeito as escolas que não comparecem à avenida numa falta de respeito e compromisso com o dinheiro público que não pode ser utilizado, recebido e depois devolvido por essas agremiações que não possuem compromisso ético com o público de sua comunidade, e com a população de Campos.
Finalmente, falta aos carnavalescos organização compromissada com o bem-estar da população e com a divulgação dos seus trabalhos, como sambas-enredo de qualidade que deveriam estar sendo elaboradas agora, para então serem divulgados ao longo do ano pelas emissoras de rádio e televisão locais, para que no ano seguinte, o público que gosta de assistir ao carnaval tenha o samba na ponta da língua.
Sinceramente, o que o prefeito afastado disse é uma grande verdade, pena que os carnavalescos campistas ainda vivem na falsa ilusão de que o que eles fazem é bom. Bom mesmo é assistir ao carnaval sanjoanense com dois blocos, o Congo e o Chinês, que mostram um carnaval de altíssimo nível, com fantasias luxuosíssimas, e em dois dias, cada uma das agremiações abre o desfile, numa disputa igualitária, mas eivada de compromisso ético, moral e principalmente com o seu público cativo.
Em seguida, que os carnavalescos de Campos, percorram os mais de 5 mil municípios brasileiros para averiguar se realmente o carnaval campista é o terceiro melhor do país, porque sinceramente, do que jeito que está o IDH da cidade e a fama, eu a colocaria em último das cidades que tem carnaval. E ponto final.

* O autor é Bacharel em Comunicação Social, com especialização em Jornalismo, pela Faculdade de Filosofia de Campos, e carioca de nascimento.