O CAIS DA LAPA, AS “PRANCHAS” E O URURAU

Os jovens de hoje ao olhar o Cais da Lapa, a Igreja e aquelas casinhas talvez nem imaginam a importância histórica deste cantinho do Paraíba para a cidade, ou, talvez nem saibam que uma das mais conhecidas lendas da cidade teve como palco principal este mesmo cais.
É difícil imaginar, como era no tempo em que homens destemidos e valentes – talvez uma herança histórica dos bravos guerreiros goitacazes – atracavam as suas “pranchas” de madeira, carregavam-na e transportavam as mercadorias rio abaixo até a pequena vila de São João da Paraíba do Sul, hoje São João da Barra. E, algumas “pranchas” eram vistas também trafegando por um trecho do Rio Muriaé até onde o nível das águas e das cachoeiras era navegável.
Mas, e o jacaré-do-papo-amarelo, cuja lenda ainda perpetua nos livros e nas salas de aula? Será afinal que ele existe? Bem, o Ururau como é popularmente conhecido, realmente existe e, no Jardim Zoológico da cidade serrana de Bom Jardim há um espécime dele. Quanto àquele que guarda o sino de ouro, não se sabe e, nunca se soube que houvesse nas proximidades do Cais um deles.
Hoje a Lapa virou um enorme estacionamento de veículos, local para que os flanelinhas façam a limpeza dos mesmos. E assim, as pessoas que passam por ali, que ficam à espera de um ônibus para as suas casas nem percebam o valor histórico e cultural deste lugar.
Espero que um dia o Cais da Lapa tenha o devido reconhecimento histórico, cultural e, principalmente turístico. E não fiquem apenas na lembrança de alguns políticos por que de vez em quando sopram aos quatro ventos que a única casa que possuem, é a da Lapa.
Que a Lapa seja lembrada por suas tradições, lendas e pela escola de samba, G. R. E. S. Ururau da Lapa.
* O autor é Bacharel em Comunicação Social com especialização em Jornalismo, pela Faculdade de Filosofia de Campos dos Goytacazes, RJ.
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