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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Bom dia leitores!


Às vezes quando estava mergulhado em pensamentos bem distantes, uma amiga perguntava: “Ei! Tem alguém aí?”, por isso agora utilizo as mesmas palavras dela para perguntar se há alguém aí.
Porque essa relação através da internet é realmente muito estranha. Não sabemos e não temos certeza se há alguém lendo o que escrevo, e porque as pessoas tem preguiça de fazer comentários, dar sugestões e elogios. Dessa forma me pergunto se estou realmente agradando ou não.
Isso tudo me faz lembrar também uma passagem que me ocorreu no Jornal A Cidade, aqui em Campos.
Certo dia, meu colega, Cachinho, chegou todo apressado passou por todo mundo, sentou no seu computador e não deu “bom dia e boa tarde” para ninguém. Eu olhei para o Ricardo e olhei para o Augusto que ainda estavam na redação e com um franzir de testa nos perguntamos o que havia acontecido com o nosso colega. Entre caras, bocas e trejeitos, conseguimos manter um diálogo sem som, mas todos entendiam a linguagem.
Até que, depois de quase sete a dez minutos, Cachinho se levantou e seriamente pediu desculpas ao pessoal por ter esquecido de cumprimentar a todos.
Como eu já conhecia Cachinho de longa data e sempre tive por ele um carinho e um respeito profissional muito grande. Tomei a liberdade de chamar-lhe a atenção, dizendo que se fosse o dono do jornal jamais permitiria que ele entrasse daquele jeito na redação. Disse mais, que colocaria um cartaz bem grande e no alto da parede para que todos os dias ele se lembrasse de que jamais deveria entrar como entrou, mas só iria permitir a entrada se ele desse o seu costumeiro “bom dia!” exatamente da maneira como mais gostávamos que ele desse.
Ouvidas tais palavras, Cachinho abaixou a cabeça, saiu de onde estava, foi até lá fora no pátio, e voltou, passando pela primeira e depois pela segunda porta, e soltou um “Bom dia, gente! Cheguei!”, colocando as mãos nas cadeiras e se requebrando como uma mariposa da noite.
Por isso e relembrando esse fato é que fico me perguntando se realmente há alguém do outro lado da tela, lendo o texto que escrevo. Porque de vez em quando eu radicalizo e descarto algumas amizades que me surgem e depois não escrevem mais.
Curiosamente, desde que comecei a escrever para esse jornal jamais tive o prazer de ver uma correspondência do seu editor, muito menos um bom dia, seja ele no Orkut, ou no Gmail. Dessa maneira estou me despedindo de vocês, porque até hoje não recebi nem mesmo um bom dia da direção desse jornal em minha página no Orkut, quanto mais no meu e-mail, para dizer se o que estou escrevendo está agradando ou não.
Àqueles que possuem páginas no Orkut, podem me procurar (PauloAOurives), ou então escreverem para o meu e-mail (
pauloourives@yahoo.com.br) que terei o maior prazer em trocar correspondências.
Desde já agradeço a atenção de vocês. Adeus!

http://www.jornalmomentocampistanf.blogspot.com/


* O autor desse artigo é Bacharel em Comunicação Social com especialização em Jornalismo pelo Uniflu-Fafic – Centro Universitário Fluminense – Faculdade de Filosofia de Campos.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Que país é este?

“Nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado.
Ninguém respeita a Constituição...”
“Que país é este?” – Legião Urbana – Renato Russo


Domingo, 27 de abril de 2008. Acordo de manhã e quando passo por um banca de jornais resolvo parar para olhar as manchetes dos jornais e constatar com tristeza o que já sabia. Pior ainda, ver que apesar de tantos esforços e das provas comprovadas, o mar de lama ainda continuará por um bom tempo em nossa cidade.
Depois de ver os jornais a única coisa que me vem à mente são os versos de Renato Russo na música “Que país é este?” e eu me vejo perguntando exatamente isso.
Que país é este, que permite políticos inescrupulosos e corruptos voltarem ao poder, mesmo com todas as evidências e provas dos seus crimes, enquanto outrora, pelos mesmos crimes, um ex-presidente foi posto para fora do Palácio do Planalto?
Que país é este, que faz de tudo para condenar um casal pelo assassinato de uma menina, e permite que políticos sejam soltos pela justiça?
Que país é este, que pais, professores, religiosos ensinam seus filhos que roubar é um pecado, e um crime como mostra as leis deste país, e a justiça deixa a solta quem surrupia o dinheiro público?
Que povo é este que diante de dois veículos de comunicação impressos e emissoras de rádio, que noticiam e publicam todos os dias os crimes de um homem público que abandona seus afazeres um bando de gente ainda acredita nas palavras da demagogia barata do Papai Noel?
Que povo é este, que tem tudo nas mãos para colocar para fora gente corrupta que usurpa o poder e se mostram cínicos diante da massa?
Que povo é este que tendo o poder nas mãos ainda põe para dentro da prefeitura uma massa de gente esnobe e falida que usa o dinheiro público em benefício próprio, para comprar carros luxuosos, enquanto milhares de pessoas ficam ao desabrigo diante de uma tempestade ou quando o Paraíba transborda?
É triste ver tudo isso, e mais triste ainda perceber que pelo retrovisor da história estamos vivendo momentos como os vividos por Benta Pereira diante dos Assecas que mandavam e desmandavam nessa planície, deixando o povo a mercê de suas leis e das suas vontades. Certamente somente os estudiosos conseguirão perceber que o momento vivido pela heroína campista é semelhante ao momento atual, porquanto os homens que deveriam zelar pelos direitos dos cidadãos se corrompem diante de uma mega construção.
As provas da corrupção estão espalhadas pela cidade, só não vê quem não quer. E é uma pena que o presidente do STJ perdeu a grande chance da vida, de resolver de uma vez por todas com esse impasse que impera em Campos dos Goytacazes, cidade na qual o ex-presidente Getúlio Vargas teria dito que “é o espelho do Brasil”. Mas que hoje posso dizer justamente o contrário, que Brasília “é cafezinho de botequim” diante do mar de lama que transborda nessa cidade.
Já não espero mais nada da Justiça. Já não espero mais nada dos homens públicos porque eles não tem compromisso moral com ninguém, apenas com os seus bolsos, e a excrescência de suas vaidades pessoais.
Não acredito que os “homens” tenham aprendido a lição e conheçam a Constituição de cor e salteado, quanto mais às leis que regem esse país, para permitir tais desatinos.
Mas uma coisa não sai de minha mente e é a única coisa em que acredito, que pela moralidade da coisa pública, e diante de todas as evidências, e todos os crimes, o melhor remédio para que Campos volte aos trilhos da “ordem e do progresso”, seria uma intervenção federal de pelo menos 50 anos, para acabar de uma vez com os vermes que infestam essa cidade.
* O autor é Bacharel em Comunicação com especialização em Jornalismo pela Faculdade de Filosofia de Campos.